13 de janeiro de 2010

Santa Cruz

Martieio pra encontrar um banco num lugar longe e depois descobrir que tinha um bem dentro da estacao de onibus-trem onde estavamos.

Impaciencia com o menino da lanchonete que nao entende nada do que eu falo.

Irritacao com o homem que aumenta o valor da passagem quando decidimos parar numa cidade que fica antes da cidade que iamos antes.

Longa espera na rodoviaria. Depois longa espera porque a companhia fez alguma besteira e alguns passageiros comecaram a reclamar. Mas normal, na Bolivia sempre algum problema e o bus nunca sai na hora.

Queremos ir para Villa Tunari, que fica no caminho para Cochabamba, mas nao deu por causa das chuvas que fecharam a estrada. Vamos ate Cochabamba e amanha tentar Villa Tunari.

Longa viagem, estrada cheia porque a outra fechada e frio, muito frio.

12 de janeiro de 2010

Robore - Trem da Morte

Pegamos so metade do trecho do trem, a noite pra chegar de manha. Logo, nao vimos muita coisa. Pra nos nao teve nada de morte a viagem. Mais confortavel que bus (ok, pegamos a melhor classe porque fizeram a maior propaganda terrivel das outras, e a melhor eh super barato, algo como 20 reais pra 500 km).

Acordamos cedo para ver a paisagem, mas como nada demais eu dormi de novo e acordei com a musica que botaram na tv, um mexicano engracado que tem um cavalo que danca. Chegamos em Santa Cruz...

11 de janeiro de 2010

Santiago



Muitas borboletas no caminho até a serra. Caminhada longa mas recompensada pela beleza do lugar e tranquilidade da vista sobre o nada.

Na volta fomos ao único restaurante ainda aberto na cidade. Já era tarde pra almoço. Comemos e enquanto isso mais gente chegava querendo comer mas a dona já tinha parado de servir. Ela queria descansar para reabrir mais tarde, ficou realmente puta e protagonizou umas das cenas mais non sense que eu já presenciei.

Reclamando, ela pediu pra gente sair pra ela fechar o restaurante, recolheu os talheres, pratos, copos. A gente continuou sentado e de repente ela carregou a mesa pra dentro também - e nós sentados ainda... O Yannis levantou pra discutir com ela e aí ela levou as cadeiras também e fechou a porta na nossa cara. Ok, nunca mais comer aqui.

Mas no dia seguinte era a única opçao de novo, entonces... Ela mais calma, tentou se explicar mas nao convenceu muito.

Depois de comer lá fomos nós caminhar até as poças. Lugar longe. Custamos a achar o caminho certo, quase desistimos, achamos que as poças estavam secas pela falta de chuva. Depois umas setas no chao que nao chegavam nunca ao seu destino. Já era tarde quando encontramos, nem deu pra aproveitar muito o lindo lugar, poças com água quente para se banhar, cachoeira, no meio do nada, silencio quase total, so o som da agua correndo e dos passaros voando.

Esquecemos a pilha da maquina e a camera de video esquecemos ligada durante o caminho. Ou seja, do lugar mais bonito ate agora so temos umas fotos nao muito boas no celular do Yannis...

9 de janeiro de 2010

Santiago de Chiquitos


Se Roboré ficou marcada na minha memória como a cidade das moscas, Santiago ficou como a cidade das borboletas. Muitas delas.

Chegando na vila, uma menina que estava no bus com a gente quis que fizéssemos um dread como o do Yannis no cabelo dela. Ficamos de voltar na casa-restaurante dela para comer e fazer isso. Mas ela e a amiga se ofereceram para nos acompanhar até um alojamiento barato. os donos da casa super atentos e amáveis e uma filhinha super fofa que foi difícil entender no início, por causa do idioma.

Fizemos o dread na Paula enquanto esperávamos nossas hamburguesas. O dread foi um presente que ela retribuiu fazendo o rango de graça pra nós. Mais tarde, uma bêbada metida a falar inglês chegou, o Yannis pediu um cigarro pra ela e ganhamos uma paceña de presente dela. Enfim, comemos e bebemos por 5 bolivianos (o preço da coca cola, única coisa que tivemos que pagar)!

8 de janeiro de 2010

Roboré



Para chegar em Roboré fomos até a "rodoviária", compramos a passagem por 50 bolivianos e esperávamos os famosos micro ônibus em que a mala vai no alto do bus, do lado de fora. Qual nao é nossa surpresa quando descobrimos que vamos de táxi até lá, e nao é coisa pouca, hein: 240 km de viagem. No caminho outras pessoas "toman asiento" também, é uma viagem tranquila a 200km por hora numa estrada monótona, sem curvas, sem nada demais na paisagem e que acompanha a linha do famoso trem da morte.

Em Rovoré vamos pegar o trem na terça-feira. Esperávamos uma cidade do interior, pacata, natureza. Mas que cidade feia e que gente estranha.

"No hay nada", para mim foi o que ficou desse lugar. Trocentas vezes responderam isso quando perguntamos se havia comida, bebida ou alojamento. Descobrimos que só se come na hora do almoço e do jantar, parece que os restaurantes acompanham a refeiçao da familia, eles cozinham para a família e se tem cliente bem, se nao, bom também, eles almoçam e jantam normalmente. Por isso também nunca tem opçao de pratos, ou se come o almoço deles ou nada, e geralmente eles comem pollo com arroz ou arroz com pollo...

E como há insetos...

Puerto Quijarro - ainda

Acordei antes do despertador e nao consegui dormir mais. Um dos peruanos levantou e o Yannis logo em seguida acorda também. A gente agiliza para chegar antes dos peruanos na estaçao: dois lugares de vantagem na guerra por uma passagem pra morte. Isso sao quase 6 da matina, a bilheteria so abre 7h30 e a fila ja esta grande. Na nossa frente dois brasileiros, atrás duas alemas e um grupo de cariocas. E a fila só aumenta. Muita gente fura a fila na maior cara de pau, muita gente compra 2, 3, 5 passagens de uma vez e tem também dois policiais como decoraçao. O brasileiro na nossa frente fala do problema dos cambistas como algo superado desde muitos anos, a dificuldade pra conseguir uma passagem já foi muito maior segundo ele. Uns minutos depois, ele "cede" gentilmente seu lugar para nós. É que a passagem dele e do amigo já estavam em maos: o filho da puta pagou pra uma mulher mais à frente comprar pra eles. Sim, o problema dos cambistas já está superado... A mesma mulher comprou os bilhetes das duas alemas. Mais gente fura a fila, mais indignaçao de muita gente. O homem na nossa frente deixa uma mulher passar na frente. Ela compra a última passagem...

Mais uma noite em Quijarro?!
Nao!!!! Os peruanos se mostram muito simpáticos, rachamos um táxi para a estaçao de Puerto Suarez, mas lá também nada, talvez seja ate o mesmo trem, sei lá. Eles estao a trabalho e acabam conseguindo uma passagem de aviao. Para nós mudança de planos: ir até uma cidade no meio do caminho do trem, passar uns dias conhecendo até o dia de embarcar rumo a Santa Cruz.

Quando vamos comprar a passagem na estaçao de trem, quase meio dia, a japonesa que nao apareceu de manha estava lá atras de passagem, perdidinha da silva, se eu tenho problemas pra entender o que os bolivianos dizem, imagina ela...


7 de janeiro de 2010

Puerto Quijarro - Bolívia


Na rodoviária um homem de uma agência diz que só tem passagem no Trem da Morte pra domingo, melhor comprar passagem pro ônibus dele. E diz também que para a fronteira só táxi, uns 40 reais. Na outra agência, 3 minutos depois, Trem da Morte só segunda-feira, mas a mulher muito simpática explica tudo, que dá pra ir de ônibus até a fronteira e que o bus até Santa Cruz de La Sierra é sem ar e sem banheiro (normal na Bolívia). *

Conhecemos um brasileiro que eu já conhecia de vista da informática da Fafich. Gastamos 2 reais de bus até a fronteira. Todo mundo perdido para preencher os formulários pra entrar na Bolívia, inclusive a peruana que nao entendia as informaçoes em espanhol, acho que ela respondeu muita coisa errada, mas também nao entendi muita coisa do que ela me disse em espanhol, AI CARAMBA! Medo das histórias de propinas na imigraçao; ainda mais que o passaporte do Yannis tava com carimbo de saída do Brasil de um dia antes. Mas eles nao leem nada direito e BIENVENIDOS A BOLIVIA!

Depois um táxi até a estaçao de trem para descobrir que agora passagem só para terça feira. Muita gente na estaçao para a partida do trem. O trem passa e de repente ninguém mais no lugar. Descobrimos por outros brasileiros que o mineiro que conhecemos e mais outros 2 conseguiram embarcar nesse trem comprando passagem de gente que desistiu de última hora.
Quem sobrou vai de ônibus até Santa Cruz ou espera até amanha seguinte para tentar talvez uma passagem num possível carro a mais no trem que sai meio-dia. Quanta incerteza...

Dois peruanos e uma japonesa se hospedam no mesmo lugar que a gente para tentar a sorte na manha seguinte. O lugar é um hostel de luxo, com piscina e uma vista maravilhosa pra planície pantaneira, mas nem dá pra aproveitar muito porque a noite cai logo (aqui é praticamente Brasil, mas como é Bolívia temos uma hora a menos) e os insetos quase comem a gente vivo.

Até aqui o português e real ainda sao de alguma serventia, mas no albergue conhecemos o Iham, que trabalha lá e descobrimos que espanhol é muito mais que falar português com um sotaque enrolado. =P

*Liçao numero 1: nunca confiar na informaçao de uma única pessoa. Já chegamos a ouvir 3 respostas diferentes para uma única pergunta, a gente tem que ouvir no mínimo umas 4, 5 pessoas dependendo do assunto.